Na boca do caixa

Extrato diário da vida de um bancário, direto da Faixa de Gaza.

7.9.06

Quando o dinheiro dá nojo

Apesar de ser meu objeto de trabalho, o dinheiro não gera nenhum sentimento especial no cotidiano. Uma cliente me perguntou certa vez se manusear tamanha quantidade de cédulas não despertaria cobiça ou algo do gênero: disse a ela que para mim era o mesmo que contar pedrinhas.
Na prática o valor do dinheiro vai além do papel pintado que o representa, ele é uma representação de riqueza e, portanto, de trabalho. O curioso é que muitas vezes este trabalho fica impregnado nas cédulas, literalmente. Ontem um funcionário de um posto de combustíveis foi ao guichê da minha colega e podia-se sentir o cheiro de gasolina das cédulas a quase um metro de distância. Já peguei cédulas com cheiro de fritura (lancheria), sujas de farinha ou açúcar de confeiteiro (não quis lamber para me certificar), sujas de graxa (borracharias e mecânicas) e por aí vai. O fato é que depois de manuseá-las e lavar as mãos, vejo quanta água suja sai na pia...
O brabo nem é isto. O que embrulha o estômago é ver certas criaturas lamberem seus polegares ostensivamente ao contar o dinheiro que irão me entregar. ECA!

2 Comments:

  • At 6:55 PM, Anonymous Anônimo said…

    O pior é qdo o cara leva dinheiro mofado... Grudado, molhado... Afff... Dá vontade de espirrar na hora..

     
  • At 10:33 PM, Anonymous Anônimo said…

    Dinheiro úmido e quentinho, dá um nojo do caceta!

     

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