Na boca do caixa

Extrato diário da vida de um bancário, direto da Faixa de Gaza.

27.7.06

O relógio atômico do caixa

Quando há a falta de um caixa em uma agência geralmente ela se socorre de caixas-volantes, cuja função é ser coringa nestas horas e cobrir a falta dos outros colegas. Dos vários que passaram por lá este ano, um deles se gabava do seu caixa sempre fechar, com diferenças irrisórias. Dizia ele, orgulhoso: meu caixa é um reloginho, sempre fecha perfeitamente!
Como ele gostava de comparar tudo o que fazia com os demais para demonstrar o quanto era eficiente, tinha horas que não dava pra aguentar. Numa sexta-feira, o último dia em que ele ficaria na nossa agência - tragédia - o caixa dele deu uma diferença de dez reais. Bicho, nunca vi um cara tão desesperado atrás de uma diferença, só faltou acionar a Interpol.
Depois de quase uma hora atrás da tal diferença ele desiste, deixando a bola na marca do pênalty para mim: pois é, acho que o teu reloginho atrasou dez reais hoje... eheheh.
Lembrei do cara porque hoje, depois de vários dias sem diferenças, o meu reloginho atrasou vinte reais... triiiiiiiimmm!

1 Comments:

  • At 7:13 PM, Anonymous Anônimo said…

    Olá, tudo bem?

    Meu irmão também é bancário, e ele vez por outra vai ao caixa. Na primeira vez, deu uma diferença maior do que vinte reais.

    Na segunda, ele achava que tinha sido quatrocentos! Mas não, ele apenas tinha autenticado errado uma conta de duzentos. Até descobrir isso, ficou muito desanimado, se achando um imbecil.

     

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