Na boca do caixa

Extrato diário da vida de um bancário, direto da Faixa de Gaza.

13.7.06

Um parafuso a menos, uma arruaça a mais

Numa tarde um tanto tumultuada, uma senhora loura com seus 60 e tantos anos evidentes, fez um tumulto enorme porque a porta havia acusado o porte de metal, que ela negava categoricamente. Isto não é nenhuma novidade. A tia louca ficou uns 10 minutos bradando impropérios contra a porta, o banco, a mãe do segurança, enfim, sobrou para todo mundo.
Insatisfeita ainda com a pouca atenção da platéia, ela ameaçou tirar a roupa numa próxima oportunidade, o que deixou-me particularmente perturbado com a visão aterradora e prontamente dei a atenção que ela queria. Perguntei se ela não portava nenhum objeto metálico, por mais inofensivo que fosse. Perguntei se ela não tinha implantado no corpo algum parafuso, pino ou prótese metálica e então caiu a ficha: Ah, eu tenho uma prótese metálica na arcada superior, apontando para o lado direito do nariz.
Pensar que é bom, não dói, né? Pensei comigo mesmo. O engraçado foi o que o segurança me disse depois. Na semana anterior uma moça, como diria o David Coimbra, bem fornida nas carnes, fez uma ameaça similar na fila antes da porta giratória. Só que a moçada não deixou a bola quicar e exigiu na hora: tira, tira, tira...