Na boca do caixa

Extrato diário da vida de um bancário, direto da Faixa de Gaza.

7.11.06

Exaurido da jornada

Segunda-feira foi cansativo. Começou com a queima do horário por causa da adaptação ao horário de verão: cheguei em cima do laço. Gente aos borbotões, não sei de onde saíram. O pior é que muitos deles encaram uma fila braba (hoje foi em torno de 30 minutos, para mais) para pagar água-luz-telefone que até caixa de supermercado aceita. Não adianta, quando a cabeça não ajuda, o corpo padece.
Depois de enlouquecer até às 16:30 atendendo o povo, olho para trás e vejo pilhas de malotes e depósitos em envelope para fazer...
Após quase 600 autenticações no dia, pelas 19 horas, quando estava prontinho para sair, eis que o servidor da agência dá pau! As máquinas do auto-atendimento enlouquecem... e você está só com mais dois colegas na agência, vendo o pepino explodir na manhã seguinte. Aí tem que pedir socorro para o pessoal técnico: liga-desliga isto e aquilo, reinicia computadores e reza para dar certo.
Aí já são quase 20 horas e você vai para casa... anuncia o desmaio iminente para a esposa e as filhas e desaba na cama até a meia-noite, quando começa a fazer aquele trabalho urgente da faculdade para o dia seguinte.
Bancário trabalha só 6 horas, viu?