Na boca do caixa

Extrato diário da vida de um bancário, direto da Faixa de Gaza.

17.5.06

O tacape digital

Desde a década de 80 a Febraban tem planejado o que seria uma agência bancária do futuro: poucos funcionários para clientes VIPs e máquinas para os demais. Em síntese é isto, publicado em prosa e verso pelo Dieese. Algumas agências bancárias chegam a ter estagiários atuando como verdadeiros zagueiros, perguntando na porta: o que você quer? Dependendo do que disser ela te desvia direto para as máquinas.
O problema é que existe um abismo digital na sociedade brasileira onde pessoas, principalmente as mais velhas, têm horror a utilizar um computador ou um terminal de auto-atendimento. Dito isto, quero contar um causo que não presenciei, mas faz parte do acervo da agência.
Um senhor idoso, falastrão-gritão-chatão, cliente da agência que mora numa vila das cercanias, certa feita tentou sacar uma quantia do caixa eletrônico depois do horário de funcionamento bancário e não conseguiu. Irado, foi até a sua casa e retornou à agência com um martelo, detonando o teclado de uma das máquinas e extravasando sua raiva, mas sem levar o dinheiro.

1 Comments:

  • At 11:00 AM, Anonymous Anônimo said…

    cara, me inconformo com esse negocio de colocar "zagueiros" nas portas do banco....
    eu mesmo no começo fui um zagueiro e me sentia extremamente constrangido em impedir as pessoas de entrarem no estabelecimento bancarios, ou as empurrando pras maquinas, ou passando 0800's que nunca atendem...
    eqto os fodoes sobem, todos VIPs, pra falarem direto com o gerente

     

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